Planta Khat: origem, efeitos e curiosidades sobre essa espécie polêmica
Por: Eloisa da Silva
Poucas plantas geram tanto debate quanto a planta khat. De um lado, está sua história milenar em rituais sociais e religiosos na África e no Oriente Médio. Do outro, os efeitos estimulantes que a tornaram uma substância controlada em muitos países.
Mas afinal, o que é o khat? Onde ele é usado? Quais são seus impactos no corpo e na sociedade? E por que ele desperta tantas opiniões diferentes?
Neste artigo, vamos explorar a origem da planta khat, seu uso tradicional, os efeitos que provoca e as razões que a tornam tão polêmica no cenário atual.

Origem e uso tradicional da planta khat
A planta khat (Catha edulis) é um arbusto nativo das regiões montanhosas do Chifre da África e da Península Arábica, especialmente Etiópia, Iêmen, Somália e Quênia.
Por séculos, ela tem sido mastigada em rituais sociais, religiosos e até políticos, sempre associada a conversas prolongadas, estados de alerta e concentração.
Na cultura iemenita, por exemplo, é comum que grupos se reúnam para mastigar as folhas de khat durante a tarde, em encontros chamados de “majlis”. Nesses momentos, compartilham histórias, tomam chá e mantêm longos diálogos.
Acredita-se que o consumo do khat tenha começado há mais de mil anos, e até hoje é visto, em algumas regiões, como parte da vida cotidiana.

Quais são os efeitos da planta khat no organismo
O khat possui dois compostos principais responsáveis por seus efeitos: catinona e catina, que atuam como estimulantes naturais. Eles provocam sensações similares às da cafeína ou de anfetaminas leves.
Entre os efeitos mais comuns estão:
- Aumento da energia e da atenção
- Redução da fadiga física e mental
- Sensação de euforia leve
- Diminuição temporária do apetite
Por outro lado, o uso frequente pode provocar insônia, ansiedade, boca seca, taquicardia e até irritabilidade.
Os efeitos aparecem poucos minutos após o início da mastigação das folhas frescas e podem durar de 2 a 4 horas.
Impacto social e os debates em torno do uso do khat

Embora tradicional, o consumo de khat levanta preocupações em diversos países. Em algumas regiões da África, por exemplo, há críticas sobre a queda de produtividade de trabalhadores que passam longas horas mastigando a planta.
Além disso, o uso excessivo tem sido associado a:
- Problemas familiares e sociais
- Dependência psicológica
- Gastos excessivos, especialmente entre jovens
- Desnutrição, devido à perda de apetite
Em contrapartida, defensores do khat argumentam que o consumo moderado é cultural, não causa vício químico grave e promove socialização em contextos seguros.
Esse embate entre tradição e saúde pública torna o khat um tema delicado e repleto de nuances.
Legalidade da planta khat ao redor do mundo
A situação legal da planta khat varia bastante entre os países. Em muitos locais, o consumo ainda é permitido por razões culturais. Em outros, foi completamente proibido devido aos seus efeitos estimulantes.
Veja alguns exemplos:
- Permitido: Iêmen, Etiópia, Somália e Quênia (com regulamentações locais)
- Proibido: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França e Brasil
- Monitorado: Em países europeus, o transporte da planta é frequentemente fiscalizado em aeroportos
No Brasil, a catinona é considerada substância entorpecente, e a planta khat entra na lista de proibições da Anvisa. Isso significa que seu cultivo, uso ou comercialização não são permitidos por lei.
Curiosidades sobre o khat que você talvez não saiba

Além do lado social e legal, a planta khat tem histórias e fatos interessantes. Confira algumas curiosidades:
- Khat fresco é mais potente: As folhas devem ser mastigadas poucas horas após a colheita para manter seus efeitos.
- Cultivo exige altitude: Cresce melhor em regiões altas e com clima temperado.
- Consumo pode durar horas: Uma sessão de mastigação pode durar até 5 horas, sempre em grupo.
- Produção movimenta economias locais: Em países como o Quênia, a venda de khat sustenta milhares de famílias.
- Pesquisas ainda são limitadas: Apesar de ser usada há séculos, ainda há poucos estudos científicos conclusivos sobre seus impactos de longo prazo.
Esses aspectos mostram como a planta khat é muito mais do que uma simples planta estimulante. Ela carrega histórias, tradições e desafios sociais complexos.
Considerações Finais
A planta khat é uma espécie marcada por contrastes: tradição milenar para uns, substância polêmica para outros. Enquanto em algumas culturas ela representa convivência, espiritualidade e identidade, em outros contextos é alvo de controle, proibição e debate.
Seu uso, como toda planta com efeitos ativos, requer conhecimento, cuidado e compreensão do seu impacto real, tanto individual quanto coletivo.
Seja pelo aspecto cultural ou pelos efeitos no organismo, o khat é uma planta que nos convida a refletir sobre os limites entre tradição, saúde e liberdade de uso.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. A planta khat é uma droga?
Ela possui compostos com ação estimulante e é considerada substância controlada em muitos países, mas seu uso tradicional é cultural em outros.
2. É legal ter ou cultivar khat no Brasil?
Não. A planta está na lista de proibição da Anvisa e não pode ser cultivada ou comercializada no país.
3. A planta khat causa dependência?
Ela pode causar dependência psicológica em usuários frequentes, mas não é considerada altamente viciante como outras substâncias.
4. O que acontece com quem mastiga khat?
Os efeitos incluem euforia leve, mais energia, foco e redução do apetite por algumas horas.
5. O khat tem algum uso medicinal reconhecido?
Não há consenso sobre usos terapêuticos seguros. Seu consumo é mais relacionado à tradição social do que à medicina moderna.
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Eloisa da Silva
Eloisa da Silva | Redatora e Curadora de Conteúdo do Be Page
Apaixonada por plantas, viagens e fotografia.
Adoro aprender coisas novas e compartilhar tudo que me inspira.
Aqui divido meus momentos, experiências e descobertas, do jeitinho mais simples e verdadeiro que sou.
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