Fígado Limpinho: A Erva Pouco Conhecida Que Alivia a Gordura, Cardo‑Mariano

Se você busca apoio natural para cuidar do fígado, talvez já tenha ouvido falar do cardo‑mariano (Silybum marianum). Também chamado de cardo de leite ou cardo‑mariano, ele é usado há séculos na medicina tradicional para favorecer a saúde hepática. Seus defensores afirmam que ele ajuda a “limpar gordura do fígado”, especialmente em casos de esteatose hepática.

Mas será que isso é verdade? Neste artigo, vou mostrar o que dizem as evidências científicas, quais os mecanismos de ação conhecidos, os riscos e como usá-lo com segurança, sem prometer milagres.

O que é o cardo‑mariano e por que ele é popular

O cardo‑mariano é uma planta da família Asteraceae, com flores roxas e folhas manchadas de branco. As partes mais usadas são as sementes, que contêm um composto chamado silimarina (mistura de silibina, silicristina, silidianina), considerado o principal ativo para ação hepática. 

Esse uso medicinal tradicional está ligado à ideia de proteger o fígado de toxinas, reduzir inflamação e estimular a regeneração de células hepáticas danificadas. 

Nos últimos anos, ele ganhou destaque nas redes como “erva que limpa gordura do fígado”, especialmente para quem tem esteatose (fígado gorduroso). 

O que dizem os estudos, o que é prometido e o que é evidência

Benefícios observados nos estudos

1. Proteção hepática e ação antioxidante
   A silimarina tem atividade antioxidante e anti-inflamatória, defendendo as células do fígado (hepatócitos) contra estresse oxidativo e danos celulares. 
2. Melhora de marcadores hepáticos
   Alguns estudos apontam que o uso de extratos de cardo‑mariano pode reduzir enzimas hepáticas elevadas em pacientes com doença hepática leve, o que sugere melhora da função.
   
3. Efeito sobre colesterol e glicemia
   Há indícios de que o cardo‑mariano, via silimarina, pode auxiliar na redução da glicemia de jejum e colesterol LDL, o chamado “colesterol ruim”. 

Limites e cautelas importantes

• Evidência limitada para “cura” de gordura no fígado
  Apesar das alegações populares, nenhum estudo comprovou que o cardo‑mariano “cura” fígado gorduroso. Médicos relatam que não há base científica para usar chás como tratamento isolado.
  Um hepatologista citado afirma que não há “benefícios comprovados” para fígado gorduroso com o chá de cardo‑mariano.
  
• Falta de efeitos consistentes nos ensaios de alta qualidade
  Revisões sistemáticas sugerem que embora alguns estudos mostrem benefícios, muitos têm metodologias fracas ou resultados pouco consistentes.
• Interações medicamentosas e riscos
  O cardo‑mariano pode interagir com medicamentos metabolizados pelo fígado (enzimas CYP450), alterando seus efeitos. Ele também pode potencializar medicamentos para controle de glicose e anticoagulantes.
  Efeitos colaterais leves, como distúrbios gastrointestinais, já foram observados.
  
• Contraindicações
  Mulheres grávidas ou com tumores sensíveis a hormônios, pessoas com alergia a plantas da família Asteraceae (como mamona, crisântemo) e pacientes com doenças hepáticas graves devem evitar ou usar com cautela.
  

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Como usar o cardo‑mariano de forma segura (se optar por ele)

• Utilize formas padronizadas: cápsulas ou extratos em que a quantidade de silimarina esteja descrita.
  
• Doses comuns encontradas em estudos variam de 140 mg a 420 mg por dia de silimarina, divididas em até três doses.
  
• Em chás caseiros: usa-se cerca de 3 a 5 g de sementes por xícara (próximo ao que algumas fontes recomendam).
  
• Não exceda o uso prolongado sem orientação especializada.
  
• Mantenha hábitos saudáveis: dieta balanceada, controle de peso, redução de gorduras saturadas e álcool, atividade física, esses são os pilares mais fortes para reverter gordura no fígado.
  
• Se já existe diagnóstico hepático ou uso de medicamentos, consulte um médico ou hepatologista antes de usar.
  

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Considerações finais

O cardo‑mariano é realmente uma planta medicinal interessante, com histórico tradicional e evidências que apontam benefícios para o fígado. Sua silimarina atua como antioxidante, protege células hepáticas e pode favorecer alguns marcadores metabólicos.

Mas não se deixe levar por promessas de cura. Ele não substitui tratamento médico, dieta correta, controle de peso e orientação profissional. Use-o como possibilidade complementar, com cautela e sempre com apoio de especialistas.

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