Regulamentação do Cânhamo Avança no Brasil com Apoio da Embrapa
Por: Eloisa da Silva
O tema do cânhamo, ciência, agrícola e regulatória, voltou ao centro das discussões no Brasil em 2025. A Embrapa, reconhecida como referência em pesquisa agropecuária, intensificou sua atuação em cooperação com a Anvisa para estruturar bases científicas que sustentem uma regulamentação segura e eficaz para o cultivo da planta. Esse movimento pode abrir portas para uma nova cadeia produtiva, com aplicações medicinais, industriais e de fármacos.
Este artigo vai mostrar o panorama desse avanço, os desafios, os prováveis impactos e o que ainda falta para o Brasil aproveitar o potencial dessa cultura.
O que já foi decidido até agora
Em fevereiro de 2025, o Superior Tribunal de Justiça definiu que a Anvisa ou a União deveriam regulamentar, até maio, o uso medicinal e industrial do cânhamo no país. Essa decisão judicial (IAC 16) representa um marco legal: abre caminho para que empresas e institutos façam cultivo e pesquisas com cannabis com baixo teor de THC sob fiscalização.
No mesmo movimento, a Embrapa anunciou o fechamento de um acordo de cooperação técnica para pesquisas sobre cannabis, associando-se a entidades como The Green Hub e o Instituto Ficus. O objetivo é fortalecer a inovação na cadeia da cannabis e estruturar processos de inteligência estratégica. Em paralelo, Embrapa e Anvisa já discutem a liberação de autorização para cultivo e pesquisas de Cannabis sativa, visando consolidar uma base científica nacional para regulamentação.
Também vale destacar que a Embrapa participou da elaboração do relatório “Caminhos Regulatórios para o Cânhamo no Brasil”, em parceria com o Instituto Ficus. Esse documento propõe estratégias para tornar o país competitivo no mercado global de cânhamo nos próximos dez anos.
Por que a regulamentação é estratégica
1. Oportunidade para diversificação agrícola
O cânhamo é uma variedade de Cannabis sativa focada em usos industriais e medicinais, com baixo teor de THC, o componente psicoativo. Com regulamentação adequada, pode se tornar opção produtiva viável, agregando valor a culturas agrícolas tradicionais.
2. Inovação e bioeconomia
Com apoio da Embrapa, espera-se que a pesquisa genética, adaptação ao clima brasileiro e desenvolvimento de tecnologias para extratos, fibras e sementes avance mais rápido. Isso pode gerar inovação no setor de fármacos, cosméticos, alimentos funcionais e materiais sustentáveis.
3. Geração de empregos e renda
Estudos indicam que, se regulada, a indústria do cânhamo poderia gerar milhares de empregos. Segundo reportagens recentes, espera-se mais de 14 mil postos de trabalho e receitas de bilhões até 2030.
Além disso, empresas interessadas já buscam parcerias com a Embrapa para desenvolver calibres regionais e cadeias produtivas integradas.
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Desafios e obstáculos em pauta
Mesmo com avanços, há passos delicados que precisam ser bem desenhados:
- Definição de limites de THC e rastreabilidade rigorosa para evitar desvios ilícitos.
- Divisão de competências: fiscalização fitossanitária cabe ao Ministério da Agricultura (Mapa), enquanto controle sanitário e de substâncias controladas será competência da Anvisa.
- Estrutura regulatória clara: regras para licenciamento, autorização de cultivo, inspeção, descarte de flores fora do padrão, importação de sementes etc.
- Base científica ainda incipiente: faltam dados de campo, adaptações regionais e experimentações nacionais robustas.
- Aceitação social e segurança: garantir que o cânhamo não seja confundido com maconha recreativa exige educação pública e comunicação responsável.
O papel da parceria Embrapa – Anvisa
Essa união entre pesquisa e regulação é fundamental para um processo mais seguro e confiável. A Embrapa oferece know-how agronômico, estrutura de pesquisa e rede nacional. A Anvisa, por outro lado, traz autoridade regulatória sanitária.
Com diálogo direto, a regulamentação pode avançar com base científica, controles adequados e participação de múltiplos atores. A presença da Embrapa tende a conferir credibilidade ao setor. Já a Anvisa, atuando como guardiã da saúde pública, define limites e exigências para que o cânhamo seja usado com segurança.
Esse arranjo dá ao Brasil uma janela para construir políticas regulatórias responsivas, alinhadas ao potencial agrícola e de inovação, sem abrir margem para uso indevido.
Possíveis cenários e impactos práticos
Se a regulamentação for bem realizada, podemos ver:
- Instituições de pesquisa autorizadas cultivando variedades de baixo THC para estudos medicinais.
- Indústrias nacionais de cosméticos, alimentos funcionais, bio fibras e materiais sustentáveis com matéria-prima local.
- Geração de empregos rurais e urbanos.
- Aumento de exportações de fibras e sementes de cânhamo, aproveitando a reputação agrícola do Brasil.
- Redução da dependência externa de insumos para medicamentos ou produtos à base de cannabis.
Mas se o processo regulatório for mal desenhado, pode haver burocracia excessiva, insegurança jurídica ou risco de produção ilegal disfarçada.
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Considerações Finais
O Brasil vive um momento decisivo no tema do cânhamo. A parceria entre Embrapa e Anvisa tem o poder de viabilizar um setor estratégico e inovador, trazendo oportunidades reais para quem produz, pesquisa e investe.
No entanto, o sucesso depende do equilíbrio entre regulação firme e estímulo à inovação. Cobrar transparência, participação social e bases técnicas sólidas será essencial.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
1. O que exatamente é “cânhamo”?
Cânhamo é uma variedade de Cannabis sativa cultivada para uso industrial e medicinal, com teor muito baixo de THC, diferente da “maconha” recreativa.
2. Por que a Embrapa está envolvida nisso?
Porque tem expertise em pesquisa agrícola, melhoramento genético, adaptação de cultivares ao solo brasileiro, essenciais para tornar o cânhamo viável no país.
3. Quando pode entrar em vigor essa regulamentação?
A decisão judicial colocou prazo até setembro de 2025 para que a regulamentação seja formalizada.
4. Todos poderão cultivar?
Não. A regulamentação prevista deverá exigir autorização específica, rastreabilidade e cumprimento de normas sanitárias rigorosas.
5. O cânhamo é perigoso por estar ligado à maconha?
Não necessariamente. O Cânhamo industrial é uma variação com baixo THC e, quando bem regulado, oferece aplicações seguras e úteis para a saúde e para a indústria.
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Como Redator-Chefe do Be Page, minha missão é garantir que todos os conteúdos reflitam a paixão e a dedicação que tenho por esse mundo verde.
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